Na cidade de exatos 15.033 coletivos e 1.345 linhas de ônibus, mesmo o paulistano mais escolado tem suas dificuldades para lidar com o caótico transporte público de São Paulo. Na tentativa de ajudar as 8 milhões de pessoas que usam todos os dias os ônibus da capital, o Google lançou um serviço que não só exibe quais coletivos, metrô ou trens o usuário deve pegar para chegar ao destino, como também o avisa sobre o momento certo de descer do veículo.
Parece mais difícil na teoria do que na prática. Pelo programa Google Maps (http://maps.google.com.br), ível por smartphones com GPS, é possível digitar um endereço ou mesmo um ponto conhecido da cidade (como o Parque do Ibirapuera ou o Shopping Iguatemi). O site responde com os trajetos possíveis para se chegar ao local, usando ônibus, metrô, trens ou os três meios de transporte. A partir daí, o aplicativo acompanha o usuário durante toda a rota e envia um alerta na hora certa de fazer as conexões e também quando chegar ao destino final.
O serviço também está disponível em Porto Alegre e no Rio. Segundo Diego Nogueira, engenheiro de software do Google, o aplicativo pode ajudar o paulistano a conhecer melhor sua metrópole. "O usuário pode ter informações sobre uma vizinhança, ler opiniões de outros usuários sobre um novo restaurante na cidade e saber por onde andam os seus amigos", afirma.
Tecnologia. Pelo seu tamanho, São Paulo é uma cidade onde as pessoas se acostumam desde cedo a andar apenas em suas próprias zonas - quem mora na zona sul, por exemplo, costuma sair para jantar ou encontrar seus amigos na própria zona sul, por comodidade, trânsito e outros receios. Programas como o Google Maps, que aliam informações públicas com mapeamento por GPS, são apontados por especialistas em tecnologia e urbanistas como uma nova forma de aproximar os moradores de sua cidade. O que mais chama a atenção, no entanto, é que a Prefeitura de São Paulo ite não ter nenhum funcionário em seus quadros pensando em como tirar proveito dessa tendência.
Nova York, por outro lado, é o exemplo perfeito de como a tecnologia pode melhorar a vida do cidadão. Lá, o governo municipal tem o cargo de "digital chief officer", uma espécie de secretário de mídia digital, que tem como função melhorar o o e o gerenciamento dos dados públicos da prefeitura. Com a ajuda de desenvolvedores, Nova York incentivou a criação de aplicativos para celular como o "Roadify", que ajuda o usuário a trafegar pela cidade e até informa sobre vagas disponíveis para estacionamento nas ruas.
Outro aplicativo criado foi o "Sportaneous", que recorre a tecnologias de localização para facilitar a organização de jogos de basquete entre moradores e até fornece informações em tempo real sobre quadras de esportes desocupadas perto de onde o usuário está. Já o "DontEat" fornece o histórico das condições sanitárias dos restaurantes. Em tempo: em São Paulo não é possível obter facilmente essa informação nem mesmo por telefone, muito menos na internet.
"Ainda estamos engatinhando por aqui em relação ao uso da tecnologia, ainda é incipiente", diz Ricardo Joseph, criador do site Urbanias (www.urbanimobilize-br.diariodoriogrande.com.br), que recebe reclamações dos internautas sobre serviços ou órgãos púbicos de São Paulo. "Acho que essas novidades podem até mesmo ajudar as pessoas a cobrar melhorias em suas cidades."