Colaboração é a chave para o projeto Rota Urbana, que ajuda usuários de transporte coletivo a encontrarem o ônibus mais indicado para o trajeto que desejam. A informação vem por meio de um site que mostra mais de 80 linhas e seus respectivos percursos. A iniciativa foi desenvolvida por alunos dos cursos de Ciências da Computação e Sistemas de Informação da Universidade Federal do Pará (UFPA), pensando em suprir uma necessidade dos moradores da Região Metropolitana de Belém que enfrentam diariamente o trânsito caótico da cidade. Qualquer pessoa pode ar a página na internet e contribuir com informações sobre um novo roteiro, corrigir dados ou fazer sugestões, baseando-se em um conceito chamado crowdsourcing.
O endereço do site é www.rotaurbana.net.br e um dos desenvolvedores, Adailton Lima, explica que a página está em fase beta, ou seja, sendo alterada frequentemente conforme as ferramentas são aprimoradas. "O projeto é fruto de um trabalho acadêmico feito por cinco alunos, que precisava atender uma demanda concreta da sociedade e o trânsito foi uma das principais questões apresentadas", conta ele, que já é formado em Ciências da Computação e atualmente cursa doutorado na área. Ele e outros dois ex-alunos coordenam uma pequena empresa de base tecnológica e decidiram investir na tecnologia elaborada pelos estudantes.
"Algumas empresas disponibilizam o itinerário da frota, mas em forma de lista com os nomes das ruas e não atualizam constantemente, um problema para uma cidade que sofre várias alterações no trânsito por causa de obras como o BRT", afirma. Baseados nas informações fornecidas pelas empresas e, principalmente, pelos usuários do transporte coletivo, chegou-se ao formato atual do Rota Urbana. Ao ar o site, o internauta se depara com um mapa e dois sinalizadores que podem ser arrastados para indicar os pontos desejados de saída e chegada. Após clicar em "Consultar Linhas de Ônibus" o sistema mostra as opções em um raio de 200, 300 ou 500 metros, a distância máxima apontada pelos entrevistados para se deslocar até um ponto de ônibus.
Também é possível consultar uma linha específica pelo nome ou número e visualizar todo o trajeto que ela faz. "Eles fizeram pesquisa com usuários de ônibus para saber quais eram as maiores dúvidas e reclamações. A falta de um espaço que concentrasse informações foi uma das queixas", completa. O projeto foi lançado oficialmente em maio e já registra 150 os diários. Adailton atribui a repercussão à ideia que atinge uma carência e à plataforma de fácil o. "A pessoa pode consultar antes de sair para pegar o ônibus ou mesmo pelo telefone celular que tenha internet, mas o próximo o é desenvolver um aplicativo para smartphones que facilite a consulta", adianta.
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O planejamento do projeto inclui uma série de ações, como a apresentação de outros tipos de rotas. eios de bicicleta, patins e roteiros turísticos poderão ser incluídos futuramente. "Dentro de duas semanas, no máximo, os usuários poderão ver a localização das paradas de ônibus, para saberem exatamente onde subir e descer do coletivo", garante. Por enquanto, o projeto não gera renda, mas Adailton mencionou a ideia de negociar funcionalidades como anúncios de cooperativas de táxis como um meio de garantir as despesas, mas sem influenciar no resultado final gratuito para o usuário.
A universitária Thalita Oliveira, 21, vê muitas vantagens no Rota Urbana porque precisa usar transporte coletivo diariamente e tem bastante dificuldade em memorizar os percursos. "Achei a iniciativa maravilhosa, porque quando tenho dúvidas sobre o caminho que o ônibus vai fazer preciso ligar para conhecidos ou perguntar para as pessoas", confessa. O aplicativo para celular seria uma solução ainda mais prática para quem já está na rua e precisa esclarecer uma dúvida, acrescenta ela. "Já tive conhecimento de um site com a descrição das rotas, mas foi atualizado pela última vez há quatro anos e ter essas informações recentes, concentradas em um só lugar, ajuda muito", frisa.
Adailton ressalta que o projeto não é novidade para muitas cidades brasileiras, como Porto Alegre (RS) e Rio de Janeiro (RJ). "Aqui em Belém, as deficiências no trânsito são muitas e podemos adaptar para a nossa realidade, ampliando o alcance para outras cidades do estado, para públicos diferentes e para portadores de necessidades especiais", comenta. A ibilidade também é pensada no projeto e, segundo ele, há estudos sendo feitos para que um deficiente visual possa usar o aplicativo e ouvir quais ônibus am no local em que ele está, assim como o itinerário deles. O site possui versão em inglês e uma página destinada ao "" dos usuários, onde podem ser publicadas sugestões e opiniões.
Táxi
A tecnologia também é aliada dos taxistas e ageiros de Belém que, a partir deste mês, aram a contar com um aplicativo para celular e internet que facilita a utilização do serviço. O Easy Taxi é uma plataforma que estabelece contato direto entre o profissional e o cliente para minimizar o tempo de espera, pois identifica o veículo mais próximo do usuário em um raio de dois quilômetros. A empresa, lançada no ano ado, atende um milhão e meio de pessoas em 22 cidades, com mais de 40 mil táxis cadastrados em 11 países. A expansão deve continuar até a Copa de 2014, com o objetivo de alcançar as cidades que sediarão os jogos.
O gerente nacional de operações da Easy Taxi, Fernando Pinheiro, explica o funcionamento do programa. "Uma vez feita a solicitação, o ageiro recebe o nome e modelo do carro, além de poder rastrear a localização para evitar desencontros. Ele e o taxista têm o ao número do telefone um do outro, facilitando o contato", detalha. Para ele, o diferencial é a ausência de intermediários e a rapidez no atendimento, com tempo médio de dez minutos para conseguir um táxi, bem menor do que o esperado nas cooperativas de táxi. Em Belém, uma seleção criteriosa será feita para cadastrar os taxistas. "Temos uma equipe de promotores que está visitando os pontos e apresentando o programa, além da divulgação via rádio e um ponto fixo, onde eles devem levar toda a documentação da habilitação e do veículo para ser aprovado", informa.
Além dos documentos em dia, o taxista precisa ter um celular com sistema operacional Android. Para os ageiros, o Iphone também pode ser usado. As informações para o do programa estão disponíveis no site oficial (www.easytaxi.com.br), que pode ser usado normalmente por quem não tem smartphone. Não há custos adicionais para quem pedir táxis por meio do aplicativo, porém o taxista terá que pagar uma taxa de R$ 2 a cada corrida conseguida por meio do serviço.
A universitária Thalita Oliveira também costuma andar de táxi para se locomover rapidamente da faculdade para o estágio, mas reclama da demora. "Muitas vezes demora mais tempo para o carro chegar do que o trajeto em si, mesmo que eu entre em contato com a cooperativa mais próxima da minha casa", queixa-se. Usar a tecnologia para driblar os problemas do tráfego cada vez mais complicado em Belém é uma boa saída, acredita ela, que espera que os investimentos na área aumentem e melhorem a configuração do trânsito na cidade.
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