O diretor-executivo da Agência Metropolitana da Baixada Santista (Agem), Marcelo Bueno, vai anunciar hoje (27) o Plano Metropolitano Para o Desenvolvimento Estratégico da região do litoral sul de São Paulo. Em entrevista à jornalista Luana Fernandes, do Diário do Litoral, o representante do governo estadual abordou os principais eixos a serem discutidos nesse plano, com ênfase para a mobilidade urbana.
Das obras previstas para a Baixada Santista, a novidade é um novo modal, caracterizado pelo sistema hidroviário, anunciou Bueno. Segundo ele, o transporte irá atendar às cidades de São Vicente, Cubatão, Bertioga, Guarujá e Santos e, em estudo ainda, com uma extensão até Praia Grande.
O projeto executivo da hidrovia já está em discussão adiantada, garantiu o diretor da Agem, e o desafio agora, disse ainda, é "colocar o projeto no mercado", ou seja, viabilizar financeiramente o investimento com a parceria da iniciativa privada.
Veja trecho da entrevista com Marcelo Bueno, da Agem:
E a mobilidade? O que será explorado?
A área de mobilidade tem um destaque especial porque nós vivemos, principalmente no ano ado, um caos. O o a Baixada é muito complicado. Problemas não só estruturais como também políticos. E o Estado fez investimentos. Dentro de um complexo de obras, pelo menos sete se destacam: o VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos), os viadutos em São Vicente, Viaduto Rubens Paiva (Jardim Casqueiro, Cubatão), Trevo na Rodovia Anchieta em Cubatão, Túnel Submerso entre Santos e Guarujá, o BRT (Bus Rapid Transit – Veículo Leve Sobre Pneus) em Praia Grande e o sistema hidroviário, que estamos no começo das discussões para o projeto executivo e estamos bem adiantados.
Como seria este sistema hidroviário?
O sistema hidroviário irá abranger as cidades de São Vicente, Cubatão, Bertioga, Guarujá e Santos. E estamos estudando, juntamente com o Departamento Hidroviário do Estado, uma solução para estender o transporte até Praia Grande. Este sistema está praticamente pronto.
E o que está faltando para este sistema ser implantado?
Está faltando ser colocado para a iniciativa privada. Você não pode simplesmente criar um modal sem que ele seja economicamente viável. Então, não é simplesmente colocar o trecho da hidrovia em concessão. Por isso, o Estado está estudando se vai aplicar uma MIP (Manifestação de Interesse Privado) ou se vai aplicar uma PPP (Parceria Público-Privada). O que interessa para o Estado é a tarifa, a menor possível. No início, ele pode entrar com subvenção, pode aplicar recurso para que esta tarifa não seja tão alta. É um modal interessante.
Será um serviço tarifado? De que forma?
Com certeza será tarifado. E como nós vamos fechar a conta? Nós não podemos esquecer a implantação de um bilhete único é imprescindível. Tudo será interligado: VLT, rodovia, hidrovia e ferrovia, quando possível. Existe projeto da descida da Serra pela TM para integrar com o VLT. O que foi bacana na questão da Mobilidade, os nove municípios sentaram para desenhar isto. E qual é o resultado disso? Nós vamos pedir ao Estado o custeio do Plano Regional de Mobilidade. Inclusive, já oficiei ao Estado para que isso seja uma verba carimbada para nós da agência. A Agem é quem quer executar este plano juntamente com os nove municípios.
Um problema em Cubatão que é a questão do assoreamento dos rios. Como vocês irão trabalhar isso para que o transporte seja implantado?
Teremos que fazer algumas retificações. O Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica) já está em processo licitatório para resolver esta questão em Cubatão. É claro que o desassoreamento é preocupante, principalmente, para transporte de carga porque você precisa de embarcações com um calado um pouco maior. No caso das embarcações para transportes de ageiros, a Engenharia Naval se encarregou de desenvolver embarcações que quase não têm contato com a água. São mais simples e mais leves. Para transporte de ageiros, que é o foco do Estado, nós não precisaríamos de grandes intervenções.
Esse problema atinge só Cubatão ou outros rios da Região precisariam de intervenções?
Em Praia Grande, por exemplo, os cais de o estão assoreados. O próprio prefeito já havia apontado isto. O mapeamento disto será feito pelo Departamento de Hidrovias do Estado.
E quando este sistema será implantado?
Nós estamos pensando em colocar, já no início do ano que vem, o projeto no mercado. Nós já entraremos com os projetos executivos no início de 2015. Este ano é lento, por conta das eleições. Então, nós podemos não colocar uma licitação para este projeto, mas podemos discutir o sistema. ando a eleição, definidos os novos governantes, a gente coloca este projeto no mercado.
* Edição de Regina Rocha / Mobilize Brasil
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