Ainda no campo das promessas, a ampliação do metrô de Belo Horizonte terá sua confirmação no dia 31 de março, quando o Ministério das Cidades promete publicar a lista de propostas selecionadas no PAC Mobilidade Grandes Cidades.
A divulgação estava prevista para 29 de fevereiro e, com isso, o atraso já adiou em pelo um mês a liberação de verbas para o início das obras. Ainda assim, a Metrominas trabalha com a perspectiva otimista de iniciar este ano as obras da Linha 2, trecho de 10,5 quilômetros em superfície que ligará o Barreiro ao Bairro Calafate, na Região Oeste.
De acordo com a Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop), serão executadas obras no valor de R$ 80 milhões já contratadas para a Linha 2 pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos, atual a do metrô de BH.
As obras foram interrompidas em 2004 por falta de recursos. Para completar a verba, a Metrominas conta com R$ 1 bilhão do Orçamento Geral da União (OGU), R$ 750 milhões de financiamento público federal e mais R$ 1,2 bilhão de recursos das prefeituras de BH e Contagem, governo do estado e iniciativa privada.
Prevista para ser inaugurada em 2016, a Linha 2 ocupará a faixa de domínio existente da extinta Rede Ferroviária Federal. O trecho terá sete estações – Barreiro, Mannesmann, Ferrugem, Vista Alegre, Salgado Filho, Amazonas e Nova Suíça, onde haverá o entroncamento com a Linha 1 –, por onde circularão sete trens.
“Na Linha 2, temos obras teoricamente mais rápidas de serem feitas. Há uma série de viadutos que já foram executados até 2004”, ressalta o coordenador do projeto do metrô na Prefeitura de Belo Horizonte, Márcio Duarte. Segundo ele, a construção não exigirá grandes desapropriações, mas a remoção de invasões ao longo da linha férrea.
Além da construção das linhas 2 e 3, o projeto de ampliação do metrô em BH também prevê a expansão da Linha 1, que tem 28km e liga a região do Vilarinho, em Venda Nova, até o Bairro Eldorado, em Contagem. A ideia é levar o sistema por mais 1,5km, até o Bairro Novo Eldorado.
“Também haverá toda a modernização dos trens, ampliando o número de carros, a velocidade média e a qualidade dos sistema, com, por exemplo, a instalação de ar-condicionado”, afirma Duarte. A previsão é de que as obras de melhoria na Linha 1 ocorram até 2014.
Pouco risco de repetir São Paulo
Em 2007, a capital paulista viu o terreno desmoronar sobre os operários durante as obras da Estação Pinheiros, na Zona Oeste. Segundo especialistas, o subsolo de São Paulo, diferentemente do de BH, é formado por grande camada de material sedimentar aluvial, que exige mais e ao construir os túneis.
“Em Londres, há uma meleca debaixo do asfalto, um terreno sedimentar instável e, ainda assim, eles construíram o metrô no século 19”, compara o professor doutor Edézio Teixeira de Carvalho.
Fonte: Estado de Minas
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